Estive a pensar no mundo, outra vez.
Mais nas pessoas que o habitam do que no mundo em si, vá.
Há algo engraçado que costumo ver nas pessoas do mundo.
Todas e cada uma delas tem as suas particularidades, e no entanto, agrupam-se em rebanhos padronizados.
Além disso, há toda uma standardização das palavras que é algo deveras engraçado.
Dizem "tenho fome" quando o que têm é mesmo apetite, biologicamente. Como diz a minha avó, "fome têm as pessoas que não comem durante dias".
Dizem "amo-te" quando simplesmente só acham piada a alguém, nem chega bem a ser gostar, quanto mais amar. Amar é muito mais que isso.
Dizem que estão deprimidos, quando estão simplesmente tristes com um acaso da vida. A depressão é algo muito sério, que não acontece só por um mero acaso e arrecuo da vida. Estar triste é parte da depressão, não o contrário.
Dizem "os homens são todos iguais", quando ninguém é igual a ninguém. A probabilidade dos acontecimentos de nascer alguém exactamente igual a cada um de nós é mais que astronómica. Seria necessário os progenitores conhecerem-se (poderia não acontecer), e depois, na altura da concepção, uma sucessão rápida de um orgasmo por segundo, durante uma catrefada de tempo, e mesmo assim não sairíamos exactamente iguais, nem geneticamente, nem mentalmente. Não compreender alguém não o torna igual a muitos outros.
Dizem tantas e outras coisas, tudo por mera ignorância. Ignorância é benção para alguns, mas poucos vêem que a ignorância nada tem de belo ou benéfico.
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